Título: A Guardiã de Histórias
Título original: The Archived #1
Autor (a): Victoria Schwab
Ano de lançamento: 2016
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 322
Sinopse: Imagine um lugar onde, como
livros, os mortos repousam em prateleiras. Cada corpo tem uma história para
contar, uma vida disposta em imagens que apenas os Bibliotecários podem ler.
Aqui, os mortos são chamados de Histórias, e o vasto domínio em que eles descansam
é o Arquivo. Mackenzie Bishop é uma implacável Guardiã, cuja tarefa é impedir
Histórias – geralmente violentas – de acordar e fugir do Arquivo. Naqueles
domínios, os mortos jamais devem ser perturbados, mas alguém parece estar,
deliberadamente, alterando Histórias e apagando seus trechos essenciais. A
menos que Mac consiga juntar as peças restantes, o próprio Arquivo sofrerá as
consequências.
Em A Guardiã de Histórias, descobrimos que em nosso mundo
existe um Arquivo, em que representações de corpos humanos são guardados em
prateleiras. Esses corpos são as Histórias, e nele estão registrados todas as lembranças
e informação das pessoas. Para cuidar desse grande arquivo existe uma equipe
dividida em três grupos. Os primeiros são os Bibliotecários, os responsáveis
por manter as histórias em ordem e catalogá-las para o arquivo. O segundo grupo
são a Equipe, guardiões que trabalham em dupla, resgatando as histórias que
fogem para o Exterior – o mundo que conhecemos. E por último temos os
Guardiões, que são os responsáveis por “retornar” as histórias que despertam e
vagam pelos Estreitos para o arquivo.
Mackensie Bishop tem apenas 16 anos e é uma Guardiã de
Histórias. Enquanto tenta lidar com a perda recente de seu irmão mais novo, uma
mudança de cidade e a falta de tato com seus pais, Mac tem que encontrar tempo
e desculpas para cuidar de seu trabalho como guardiã. Um trabalho que ela
mantém em segredo desde seus 12 anos, quando recebeu precocemente de seu avô o
legado de continuar a proteger o passado.
Ser guardiã consiste em encontrar as histórias que
despertaram e fazê-las retornar pelas portas dos estreitos. A maioria das
histórias que despertam são de pessoas que viveram uma vida agita ou morreram
com grandes inquietações, o que acaba perturbando seu sono. Quando uma história
desperta, o nome e a idade da história são escritos num pedaço de papel que Mac
sempre carrega consigo, junto com uma chave que torna algumas portas em portais
para os estreitos. O problema é que quanto mais velhas as histórias, mais
perigosas elas ficam.
A cada dia que passa em seu novo lar o Coronado, um antigo
hotel convertido em apartamentos convencionais, a lista de histórias despertas
fica mais cheia, e Mac observa que as histórias que despertam são cada vez mais
velhas.
Uma das habilidades de um guardião é poder “ler” as coisas,
ler as lembranças gravadas em lugares, objetos e até pessoas vivas. Quando
resolver ler as lembranças de seu quarto Mac descobre que um assassinato foi
cometido naquele mesmo quarto muitos anos atrás, mas nenhuma de suas pesquisas
dá resultado, e as pessoas simplesmente preferem apagar da história o ocorrido.
Em meio ao turbilhão de complicações em que sua vida se
encontra, Mac tentará de todas as formas descobrir o passado encoberto do
lugar. O que não será fácil para nossa jovem guardiã, pois muitos segredos se
escondem nas paredes do Coronado.
A leitura desse livro foi como estar em uma montanha russa.
Comecei a ler com as expectativas lá em cima, ainda no início elas caíram um
pouco, para logo depois subirem novamente. O cenário é totalmente diferente do
que já li, e o mistério chega de uma forma suave e rapidamente estamos
envolvidos nas tramas que se passam nesse estranho lugar. Não sei ao certo o
que esperava do livro no início da leitura, mas em alguma parte fiquei bastante
presa a trama e fiquei com um ótimo sentimento de conclusão quando a Mac descobre
a verdade.
Em relação aos personagens eu achei eles bem interessantes.
Como a Mac consegue ler as pessoas com o toque, dá para ter uma noção diferente
de cada um, do que teríamos sem esses sutis detalhes. Um personagem que me
conquistou foi o Sr. Nix, apesar de sua breve aparição na história. Já o Wesley
não caiu nas minhas graças, o achei um personagem muito carregado e
controverso. Um adolescente que se veste todo de preto, usa o cabelo
meticulosamente espetado e um delineador, não corresponde a personalidade
otimista e carismática que ele demonstra.
A história escrita em primeira pessoa e sobre o ponto de
vista de Mac, deixou tudo muito pessoal. Em alguns trechos identificamos que
são os pensamentos dela a respeito de algo e não apenas a narrativa do que vê.
Esse tipo de escrito nos aproximas mais da personagem e em alguns momentos
parece que estamos dentro da cabeça dela, o que foi bem legal.
Uma coisa muito legal e que me chamou bastante atenção na
história foi o arquivo/biblioteca. Um lugar onde o passado é preservado, não em
livros, mas em corpos foi uma visão muito diferente e interessante. Quem não
gostaria de registrar suas lembranças para jamais serem esquecidas, e poder
revivê-las sempre que quisesse com apenas um toque das mãos? Eu gostaria.